sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CONTO: SOB O CÉU AZUL DO RIO



   Um fio de nuvem passava pela janela do avião, onde observava a imagem ainda distante do Cristo Redentor, de braços abertos para receber-me, talvez. Linda, linda e poética a cena desta cidade tão natural e ao mesmo tempo tão bem habitada. Ver ainda assim, no ar, de ângulos distantes este clima de beleza mil, dar vontade de fazer tudo para que o tempo passe mais depressa e logo, logo, sinta o clima de tudo isso!
    Quando o avião desceu, deu um certo medo. Meu coração disparou, minhas mãos ficaram geladas, suei até um pouco. O barulho das turbinas aumentou gradativamente, o pouso foi semelhante a uma ave de rapina, quando planeja surpreender uma presa, foi suave. O avião percorreu a pista por alguns instantes, tive o desejo de ficar em pé e aplaudir o piloto, o atendimento, a minha vitória por ter me controlado, ao bom papo com meu vizinho de viagem, enfim, vibrar de alegria por saber que iria rever meus familiares. Fervilhar o meu calor nordestino junto do que está ainda por vir nessa cidade maravilha, sacudiu minha alma.
   Ao descer por um túnel do avião para o aeroporto, a adrenalina foi lá em cima, meu Deus, quem será que está a minha espera? Seria a minha tia? Minhas primas? Que bom, ter chegado bem, pensei tantas coisas nessa viagem! Parecia que fazia uma viagem da própria viagem! Um sonho que agora realizo, que tornou-se concretizado pelo simples fato de ter conhecido uma pessoa muito especial na internet que enviou-me a quantia referente as passagens.
   Nossa! Como tudo é bonito! Fiquei tão deslumbrada que quase esqueci que teria que pegar as malas num espaço próximo do desembarque. Sai num enorme salão do aeroporto, verificando quem estaria a minha espera. E uma visão muito familiar, abriu-me um sorriso quase de orelha a orelha. Quem bom, era o meu lindo amor! Tremi, estremeci de tanta felicidade! Apressei os passos, assim também como ele. Estava extasiada, ouvia sem querer um turbilhão de sinos tilintando que era amor. Sim, enfim, sentia isso!
   Abraçamo-nos, nos beijamos, voltamos a nos olhar como se nunca tínhamos feito isso antes. Ah! Esses avanços tecnológicos! Proporcionam-nos tantas emoções! E está nessa cidade, nesses braços, nesse clima romântico, só faz-me orgulhar do que aprendi durante todo o tempo que quebrei a cabeça estudando, errando e acertando para ser uma boa internauta.
   Enfim saímos do aeroporto, abraçados lembrando-nos de nossa história de dois anos nos comunicando, postando mensagens, fotos, vídeos, trocas de presentes e livros. Paulo e eu, Sonia, caminhamos até ao estacionamento. Ele abriu a porta do carro, entrei sentindo-me uma mulher muito amada e com a minha auto-estima lá nas nuvens do Rio, entre o céu mais que azul e toda a selva de pedra dos edifícios. O percurso foi animado, com o som suave da música de João Gilberto e Jobim, Chega de Saudade, mas na voz de Caetano Veloso e Roberto Carlos. Se o nosso amor vai ser para sempre, não sabemos muito bem. Estamos mais que apaixonados, enamorados, livres, vividos e com os nossos filhos já encaminhados na vida. Um amor maduro, ao nosso tempo, sob o firmamento azul do Rio de Janeiro, e abençoado pelo Cristo Redentor.



-Angel-


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